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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Variações



Melindrosa rosa, azul, colorida....


Colar de Pérolas

Com letras de ouro desenhar quisera,
Bordadas com pedaços de safira.
Em cada estrofe um pouco de quimera,
Frouxos retalhos d'alma em cada lira.

 
Dos céus roubara estrelas se pudera,
Gotas de orvalho às nuvens eu pedira.
Punhados eu tomara à estratosfera,
Para escrever, se Deus mo permitira.


Do mar, descer pudesse à profundeza,
Voltar trazendo rutilantes pérolas,
Dessas que servem só à realeza!

 
Teu nome pontilhar em letras cérulas,
Amada e musa, dúvida, princesa!
Fazer-te em versos um colar de pérolas.

Estes são de agosto, agreste, dos ares secos!


Inocência


De um lado, a veste; o corpo, do outro lado,
Límpido, nu, intacto, sem defesa...
Mitológico rosto debruçado
Na noite que, por ele, fica acesa!


Se traz os lábios húmidos e lassos
É que a paixão sem mácula ainda o cega
E tatuou na curva de alvos braços
As sete letras da palavra: entrega.


Acre perfume o dessa flor agreste.
Álcool azul o desse verde vinho.
De um lado o corpo; do outro lado, a veste
Como luar deitado no caminho...


Em frente há um pinheiro cismador.
O rio corre, vagaroso ao fundo.
Na estrada ninguém passa... Ai! tanto amor
Sem culpa!
Ai! dos Poetas deste mundo!

Pedro Homem de Mello, in "O Rapaz da Camisola Verde"